São Cristovão - Fundão
Os encontros da disciplina de Educação e Novas Tecnologias ministradas pelo professor Geraldo foram responsáveis por uma abertura de pensamento dentro da pesquisa e do planejamento escolar. A possibilidade de ver a aula como uma criação conjunta a partir de uma metodologia cartográfica traz inúmeras inovações para a convivência, desierarquizando padrões e renovando a ideia de coletivo. Ao chegar em um curso com tecnologia em seu nome, é inevitável pensar que sua ementa traria questões referentes aos avanços tecnológicos da modernidade com suas máquinas e modelos de educação impostos. Entretanto, há nesta experiência uma frustração necessária que não alcança esses assuntos, mas que os abre e nos fornece um leque de novas percepções sobre o que de fato é a união da educação com a tecnologia.
A pauta da cartografia não é de fácil entendimento e, por vários momentos, pode trazer confusões devido a turma não estar acostumada com suas proposições. É muito mais fácil fazer algo quando os passos já estão postos e, consequentemente, requer muito mais esforço seguir por uma metodologia na qual o grupo inteiro necessita caminhar junto. O movimento conjunto desfaz a figura do professor como possuidor de todo conhecimento ao mesmo tempo que promove uma união e sintonia perante a turma. A estrada é conjunta e alcançar o horizonte requer o olhar, a escuta e a percepção atentas.
A atenção é inerente à prática cartográfica e esteve presente em toda organização em sala, o estar virtual e o contato com o outro através de uma tela foram dois desafios para a compreensão da proposta e organização entre grupos. Assim como o estímulo da caminhada requeriu de todos nós uma atenção diferenciada as coisas que nos acompanhavam pelo trajeto e que haviam caído em monotonia, a sala de aula virtual foi responsável por criar uma atenção diferenciada do que estávamos acostumados, muitas vezes mais focadas na escuta do que na visualidade do presencial.
De fato, as propostas e os conceitos repensados em conjunto dentro da disciplina são sementes que possuem em si muita capacidade de florescer, semeando um novo pensar dentro dentro da educação. A pedagogia pobre é democrática e requer, também, maturidade de todos para levarem a sério o trajeto. Foi uma imersão que trouxe uma proximidade e poética aos que se deixaram afetar.