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   Durante os primeiros meses pandêmicos de 2021, um grupo de professoras e estudantes de graduação da UFRJ se aventurou a pensar e estudar a interface Educação e Novas Tecnologias por caminhos distintos dos modelos tradicionais da educação.  

  Com base nas formulações teórico-metodológicas da Pedagogia Pobre, desenvolvidas pelos autores belgas Jan Masschelein e Maarten Simons (professores do Laboratório de Educação e Sociedade da Universidade Católica de Lovaina - KU Leuven), os participantes saíram (virtualmente) de suas casas para buscar, na cidade, respostas às questões educacionais impostas pelo contexto do isolamento social.

 

   Partindo sempre de propostas coletivas, o grupo decidiu retomar o caminho que fazia antes da pandemia até a universidade, utilizando para isso as ferramentas Google Maps e Street View. Estudantes e professoras caminharam de forma virtual por bairros da  cidade do Rio de Janeiro (registrados há alguns anos pelas câmeras 360° do dispositivo google), exercitando a atenção, abrindo-se ao mundo e ao que ele tem a dizer, ex-pondo-se à experiência do encontro. 

   É isso que este site oferece: o que se viu, o que se escutou ou o que se pensou ao (re)fazer essas caminhadas. A pedagogia pobre não se pretende acabada, pronta, mas aberta a investigações e-ducativas. Neste site tornamos pública essa experiência, não para "explicar" alguma coisa sobre Educação e Tecnologia, mas para fazer pensar com. 

 

   "Uma pedagogia pobre refere-se à necessidade de olhar e usar os olhos; à evidência que se dá a um olhar mobilizado, um olhar que presta atenção ao mundo e a sua verdade. Porém se trata de uma verdade que não trata da realidade, nem do mundo, mas que provém dela. Portanto não é uma verdade que se encontra nas ideias, nas teses, nas representações ou nos conhecimentos, mas na experiência. Uma pedagogia pobre tenta recriar a realidade (que não é óbvia), trata de fazê-la real, de fazê-la presente, para que possamos olhá-la e prestar atenção a ela. Uma pedagogia pobre não captura nem dirige o olhar, mas requer sua atenção, o mobiliza e estimula, tirando-o, arrastando-o para que possa ser seduzido e tocado pelo evidente. E o evidente não é o que simplesmente existe, mas o que "aparece" quando o olhar presta atenção no presente em vez de julgá-lo".  - JAN MASSCHELEIN E MAARTEN SIMONS

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