Vigilância Distribuída
por Marlon Silva Oliveira Fazolo
A vigilância de forma filológica, é a ação que corresponde a observação, detecção, análise e fiscalização. Contudo, o que será abordado é a vigilância distribuída que é um processo multifacetado, que possui várias tensões e tem o objetivo primordial de tentar responder à reinscrição da vigilância como problema presente.
Assim, em linhas gerais, uma atividade de vigilância pode ser definida como a observação sistemática e focalizada de indivíduos, populações ou informações relativas a eles, tendo em vista produzir conhecimento e intervir sobre os mesmos, de modo a conduzir suas condutas. (BRUNO, 2013, p.18)
Segundo o texto, Máquinas de ver, modos de ser: vigilância, tecnologia e subjetividade, afirma que a vigilância só se concretiza de fato quando tem como finalidade produzir conhecimento que possibilite a intervenção em dado núcleo de pessoas.
Tal vigilância ocorre através de dispositivos tecnológicos, comerciais, discursos entre outros muitos meios, na verdade, praticamente tudo atualmente tem e exerce uma alta capacidade de vigilância sob seus usuários.
Este primeiro traço de um dispositivo é especialmente pertinente para se compreender os processos de vigilância contemporâneos, os quais, como se verá no próximo tópico, só podem ser apreendidos na sua heterogeneidade e na natureza reticular dos seus elementos. As atuais práticas de vigilância contam com uma imensa e crescente diversidade de tecnologias, discursos, medidas legais e administrativas, instituições e corporações, enunciados e empreendimentos científicos, midiáticos, comerciais, políticos etc. Tais elementos não são apenas diversos, mas também distribuídos. (BRUNO, 2013, p.19)
A vigilância contemporânea age sobre três principais bases para legitimar sua ação, são elas: os circuitos de segurança e controle, os circuitos de visibilidade midiática e os circuitos de eficácia informacional. O texto nos diz que na complexa rede de saberes do cotidiano dos indivíduos, seus hábitos, comportamentos, preferencias, relações sociais, vem se constituindo a partir do monitoramento de dados pessoais.
Referências Bibliográficas:
Bruno, Fernanda Máquinas de ver, modos de ser: vigilância, tecnologia e subjetividade / Fernanda Bruno. – Porto Alegre: Sulina, 2013. 190 p.; (Coleção Cibercultura