Em meio a tantas novidades tecnológicas no mundo informático; percebemos quanto as escolas públicas brasileiras estão desfavorecidas. Há uma enorme distância entre as possibilidades que as mídias digitais oferecem e o que as escolas têm acesso. E isso, não só pelas dimensões geográficas do país, mas também pelas dimensões das desigualdades de ordem social. No entanto, muito já se percorreu nesse sentido e estamos avançando no que diz respeito à integração de uma cultura digital na esfera da educação, fundamentalmente imposto nos dias atuais pela quarentena imposta pela  COVID-19.

     Como pensar nessa integração sem deixar de lado uma temática tão recorrente nesse aspecto, a inteligência artificial? É nesse caminho que no livro Cultura digital.br (2009) o autor afirma que:

 

Eu costumo insistir que embora os computadores hoje sejam um instrumento importante [...] eu acredito que o espírito do que nós estamos vivendo hoje, do que se chama de cultura digital, de cibercultura, não emerge dos grandes computadores, não emerge de uma dimensão mais metafísica da inteligência artificial, que era fazer com que o computador pensasse como um ser humano, [...] emerge a partir de uma apropriação social desses dispositivos que se dá efetivamente com o que o Philippe Breton, no livro A história da informática, vai chamar de uma guerrilha contra a grande informática, que deu origem à microinformática.

(LEMOS, 2009, p.136)

 

    A Inteligência Artificial (IA) é o campo científico da informática que se concentra na criação de programas e mecanismos que podem exibir comportamentos considerados inteligentes. Sendo a combinação de algoritmos projetados com o propósito de criar máquinas que exibam as mesmas capacidades que os seres humanos, muitas vezes associamos a IA à imagem de um robô físico e humanizado, como nos filmes.

     E ao pensar a Inteligência Artificial relacionada à educação com vistas às novas tecnologias, a UNESCO (2019) afirma que

 

está empenhada em ajudar os Estados Membros a aproveitar o potencial das tecnologias de IA para alcançar a Agenda Educacional de 2030, enquanto assegura que o uso das tecnologias de IA no contexto educacional seja guiado pelos princípios fundamentais de inclusão e equidade.

(UNESCO; 2019, p. s/p)

 

      Desta forma, a implementação da Inteligência Artificial na educação fará com que mais pessoas se beneficiem dos programas educacionais. Além disso, pode reduzir as tarefas repetitivas dos professores e promover a formação personalizada, ao mesmo tempo em que pode dar maior relevância ao aprendizado colaborativo.

     Portanto, os sistemas de aprendizagem online alimentados pela IA podem sugerir caminhos de estudo para os alunos a fim de estimular a aprendizagem personalizada ou conectá-los a grupos de estudo semelhantes para incentivar um processo colaborativo. Através da junção da inteligência artificial e as ciências de aprendizado, o objetivo é que se promova o desenvolvimento de ambientes de aprendizagem adaptativa e outras ferramentas flexíveis, inclusivas, personalizadas, envolventes e eficazes (BRITO AMORIM, 2017). A editora Pearson[1] considera quatro abordagens em que a inteligência artificial pode auxiliar no aprendizado colaborativo para aumentar o desempenho e tentar eliminar as dificuldades principalmente no contexto das colaborações online, sendo elas: formação de grupos, ajuda especializada, agentes virtuais e moderação inteligente.

        Sobre esse tema, a UNESCO firmou uma parceria com a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC) do Ministério da Educação (MEC) para pensar a inclusão da Inteligência Artificial na educação técnica de nível médio no Brasil: 

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Especialistas debaterão sobre os desafios e as oportunidades relacionados à IA na educação técnica e profissional. A coordenadora do Setor de Educação da UNESCO no Brasil, Rebeca Otero, será a moderadora do painel de apresentação da pesquisa e será seguida pelo autor da publicação e consultor da UNESCO no Brasil, Luis Antonio Caruso, que fará a apresentação da pesquisa. A Diretora e Representante da UNESCO no Brasil, Marlova Noleto, e o Secretário de Educação Profissional e Tecnológica, (SETEC)/MEC, Wandemberg Venceslau, participam da abertura.

(UNESCO; 2021, p. s/p)

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    Sem dúvidas, podemos pensar em como este último ano, devido à pandemia da COVID-19, exigiu mudanças significativas na educação, incluindo a migração para sistemas virtuais de aprendizagem. Portanto a IA pode ser um auxiliar pedagógico, que valoriza a participação dos estudantes como um sujeito ativo na produção viva e colaborativa de conhecimento, mas sem deixar de entender que hoje, ainda, essa realidade é muito distante da maioria dos estudantes e escolas do Brasil. Essa inserção é gradual, devido a diversos fatores e, com isso há como ser bem pensada e elaborada para ser posta em prática. 

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   [1] Luckin, R. ; Holmes W. ; Griffiths, M. ; Forcier, L. “Intelligence Unleashed An argument for AI in Education”. Disponível em: https://www.pearson.com/corporate/news/blogs/CompanyBlog/2016/03/intelligence-unleashed-an-argument-for-ai-in-education.html 

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   Referências Bibliográficas:

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    BRITO AMORIM, A. H. G. O progresso e as questões sociais da inteligência artificial no nível básico de educação. Trabalho de conclusão de curso, 2017. Universidade Federal de Pernambuco, Recife.  

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    LEMOS, André.  O que é a cultura digital ou cibercultura. Em: SAVAZONI, Roderigo; COHN, Sergio. Cultura digital.br. Rio de Janeiro: Beco do Azougue: 2009.

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    SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO. Quais as vantagens da inteligência artificial na sala de aula? Disponível em:         <Quais as vantagens da inteligência artificial na sala de aula? (catracalivre.com.br)> Acesso em: 28 maio 2021

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    UNESCO, 2019. Consenso de Beijing sobre a inteligência artificial e a educação. Disponível em: <  https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000368303_spa> Acesso em: 28 maio 2021

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    UNESCO, 2021. UNESCO lança, em parceria com o MEC, a publicação “Impactos da difusão da inteligência artificial (IA) na educação técnica de nível médio no Brasil. Disponível em:<UNESCO lança, em parceria com o MEC, a publicação “Impactos da difusão da inteligência artificial (IA) na educação técnica de nível médio no Brasil”> Acesso em: 5 jun 2021

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