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Grátis? Você é o produto!

por Vanessa Soares de Souza

Você pagaria para acessar o Google ou o talvez o Facebook? 

Dificilmente encontramos pessoas que aceitam pagar para acessar sites e plataformas on-line, não é mesmo? Mas você sabia que mesmo os acessos “gratuitos”, tem um preço e nós o pagamos mesmo sem saber?! Pensamos ser clientes, mas somos o produto!

Buscas na internet, armazenamentos online de arquivos, backups, redes sociais, servidores de e-mail, dentre outras mídias digitais, são sustentados por todos que as acessam através de rastreamentos de comportamentos de navegação e principalmente por todos os dados pessoais que fornecemos em nossos acessos e aceites virtuais que rendem valores altíssimos para empresas e seus gestores.

 

Com o crescimento contínuo e acelerado do mercado digital, vemos que as coletas refinadas de dados pessoais, tem se tornado “o petróleo da atualidade”, uma vez que, estamos cada vez mais conectados aos dispositivos e serviços on-line. Assim, o termo “Grátis? Você é o produto!” também se refere aos “esforços” que as empresas realizam para descobrir nossos desejos e vontades, a fim de nos oferecerem propagandas direcionadas como forma de atingir alvos mais propícios para compras e investimentos através da realização de levantamentos minuciosos dos nossos movimentos de busca e pesquisa. “Não é só uma sensação, eles dizem. É real. E dizem mais. Já se tornou lugar comum a ideia de que, se não pagamos para usar, nós somos o produto. Mas, mesmo que possamos tentar não ser o produto, de nada adianta se a grande massa de usuários continua a ter seus dados vendidos e manipulados, contribuindo, desta forma, para a disseminação generalizada de discursos de ódio e de notícias falsas.” (Ruy, 2020.)

 

Recentemente foi lançado um documentário baseado em depoimentos de especialistas que largaram os empregos em empresas de redes sociais e aplicativos como Facebook, Instagram, Twitter, Pinterest, Google e Gmail, ao começarem a se incomodar com os dilemas éticos que viam. O documentário intitulado por "O Dilema das Redes" tem exibição pela provedora global de filmes e séries de televisão via streaming, Netflix. e retrata  situações de  rotina de uma família que se vê diariamente mergulhada em discussões e problemas relacionados ao uso exagerado do celular e das redes sociais. O que nos alerta para a reflexão sobre quais são as consequências da nossa crescente dependência das mídias sociais? Principalmente após a pandemia global da covid-19 que eclodiu em 2020 a mídia digital tornou-se como uma “ extensão” humana, sendo a principal ferramenta de comunicação e mobilização social dos tempos atuais.  O sistema nos conecta ao mesmo tempo que nos controla de forma intangível.


 

Diante disso, é possível perceber que informação é poder, posto que, estamos vivenciando num sistema que apesar das aparências inofensivas e facilitadoras, tende a nos vigiar e dominar, podendo ser assustador pensar nos rumos que todo esse contexto pode tomar num futuro próximo. Estamos na companhia de máquinas e pessoas profissionais de diversas áreas de conhecimentos como estatística, programação, antropologia e psicologia, dentre outras diversas. Esses que são contratados para agir de formas estratégicas com o intuito de coletar o maior número possível de dados, a fim de decodificá-los para melhor atingirem nossas individualidades e características comportamentais pessoais. Não que isso seja de todo ruim, pois traz benefícios e proporciona um “conforto” antes não visto, todavia, a questão é a linha tênue entre a facilidade de acesso e compra e a perda da privacidade característica da liberdade individual  humana.

 

Referências Bibliográficas:

 

RUY, Carolina Maria. O dilema das redes": entre a humanidade e a tecnologia. Artigo, Brasil de Fato, 2020.

Disponível em:

https://www.brasildefato.com.br/2020/09/26/artigo-o-dilema-das-redes-entre-a-humanidade-e-a-tecnologia [consultado em 11-11-2020]

 

ORLOWSKY, Jeff . The Social Dilemma, Official Trailler, Netflix, 2020.

Disponíverl em : https://www.youtube.com/watch?v=uaaC57tcci0 [consultado em 11-11-2020]

 

Canal Charles Darwin no Youtube, Você é o produto - O custo dos sites gratuitos.

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=3pDu05QtE8k [consultado em 08-11-2020]


 

rFi, "Se é de graça, você é o produto": saiba como Facebook lucra com dados de usuários.

Disponível em:

https://www.rfi.fr/br/mundo/20180320-se-e-de-graca-voce-e-o-produto-saiba-como-facebook-lucra-com-dados-de-usuarios [consultado em 09-11-2020]


 

PITTI, Darci Fernando, É de graça? Então você é o produto!

Disponível em:

 http://fernandopitt.com.br/2020/02/23/e-de-graca-entao-voce-e-o-produto/ [consultado em 08-11-2020]

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